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Por trás das "fraudes evolucionistas(?)"


É extremamente comum vermos aqueles que não são favoráveis à teoria da evolução mencionarem, a torto e a direito, as "fraudes" que supostamente foram feitas para provar a autenticidade da evolução biológica. As três principais fraudes mencionadas pelos opositores da evolução quase que no geral - principalmente Criacionistas - são as que se referem ao Homem de Piltdown, o Homem de Nebraska e o Archaeoraptor. Mas será que realmente foram fraudes? E a resposta que podemos dar é, SIM! Realmente nos três casos foram constatados fraudes... Mas ainda tem um porém acerca disso... Será que alguma coisa está errada na argumentação em torno delas?

Acontece que a verdadeira história dessas fraudes sempre é ocultada pelos opositores da evolução... Por isso, abaixo iremos conhecer as verdades sobre as fraudes mencionadas.

Cabe lembrar ao leitor que, neste artigo, não estamos fazendo aqui nenhum proselisitismo a "filosofia ateísta" e muito menos ao ateísmo, e também não estamos aqui criticando o Criacionismo em si. O objetivo aqui é apenas mostrar a verdadeira história por trás das tais fraudes mencionadas e ver se elas, de fato, são fraudes que derrubam a teoria evolutiva.

TUDO POR DINHEIRO...

"O homem de Piltdown, uma referencia nos livros de ciência e museus durane anos acabou desmascarado como fraude."

É isso o que geralmente vemos em referências criacionistas ao Homem de Piltdown. Essa fraude, que ocorreu há décadas atrás, é mencionada como se ela invalidasse todos os fósseis que já foram encontrados até hoje.

Mas a realidade não é bem essa, pois fraudes ocorrem em qualquer área de conhecimento. Mas foi o método científico que permitiu descobrir que o Homem de Piltdown se tratava de uma montagem de um crânio humano com o maxilar de um orangotango. Quer dizer, os próprios evolucionistas detectaram a fraude. Mas não é só isso...

Piltdown, antes de ser desmascarado pela ciência como fraude, não era aceito com unanimidade pela comunidade científica. Na verdade, ele foi uma "pedra no sapato", pois ele não se encaixava na teoria da evolução. (é claro, era um híbrido inventado com partes de ossos modernos). Isso significa que o Homem de Piltdown não comprovaria a evolução biológica, mas, fazia o contrário.

Ele foi aceito por muitos apenas por ser um achado fabuloso para a época, o que é uma fraqueza humana, a qual todos nós estamos sujeitos. A mídia, por exemplo, investiu muito nisso.

A fraude durou por quarenta anos, gerando muita polêmica, pois seus grandes descobridores, Charles Dawson e Arthur Smith Woodward, proibiram o acesso a análises científicas todo esse tempo, deixando o crânio fora do alcance de todos, dentro do Museu Britânico. Somente quando eles morreram, Piltdown foi desmascarado como a fraude que era: uma montagem bem feita só para ganhar dinheiro. Vale ressaltar, desmascarado por cientistas, graças ao método científico. E uma curiosidade no mínimo interessante: os perpetradores da fraude eram criacionistas!

Descobrir um erro não invalida o método científico, muito pelo contrário, ele apenas o fortalece. Assim sabemos que podemos confiar na ciência, pois ela se corrige, se aprimora, e se fiscaliza. Da mesma forma que o fato dos perpetradores da tal fraude serem criacionistas não serve para invalidar o Criacionismo em si.

Interessante notar que, após Piltdown ser descoberto como forjado, nenhum cientista jamais o citou como verdadeiro. No entanto, muitos Criacionistas da Terra Jovem, até hoje, continuamente citam fraudes, não importando quantas vezes elas já foram desmascaradas, como as pegadas de humanos e dinossauros em Paluxy, esqueletos de gigantes, descoberta da Arca de Noé, Darwin se arrepender no leito de morte, citações de cientistas fora de contexto, etc.

OS DENTES SUSPEITOS

Se você já leu artigos ou já assistiu palestras dadas por criacionistas como o Adauto Lourenço, talvez já deve ter ouvido uma argumentaçã semelhante á essa, relacionada ao Homem de Nebraska:

"De um dente, montaram a mandíbula. Da mandíbula, montaram o crânio. Do crânio, montaram o esqueleto. Do esqueleto, fizeram pele, cabelo e até a sua namorada ou esposa (agachada no desenho). Fizeram a famosa exposição sobre a evolução em Dayton, Tennessee, chamada de Scopes Trial, quando o Homem de Nebraska foi apresentado como prova incontestável da evolução. Quando William Jennings Bryan protestou contra os argumentos apresentados e pela insuficiência, riram-se dele ridicularizando-o. Em 1927 descobriram a fraude: O dente era de um porco chamado Peccary." - http://www.baptistlink.com/creationists/pilt.htm

O desenho mencionado no artigo você pode ver abaixo:

No entanto, a história não é bem essa...

O dente não foi considerado como evidência por muitos cientistas. A maioria deles na verdade eram céticos quanto à descoberta (diferente de como os opositores da teoria da evolução querem fazer parecer).

O próprio Henry Fairfield Osborn, paleontólogo que descreveu o dente, estava em dúvidas o dente pertencia aos hominídeos ou a outra espécie de primata:

“Até estarmos mais seguros quanto a arcada dentária, ou partes do crânio, ou do esqueleto, não podemos estar certos se o Hesperopithecus pertence aos Simiidae ou aos Hominidae.” (Osborn 1922)

Até a respeito do desenho do Homem de Nebraska a história é diferente... Esse desenho foi feito por uma revista de cunho popular, tipo Superinteressante ou Veja, e não foi nem jamais teve intenção de ser cientificamente correta. Tal desenho jamais foi publicado em trabalhos científicos.

Até Osborn se espantou ao ver o desenho, e disse que:

“Tal desenho ou ‘reconstrução’ seria com certeza apenas proveniente da imaginação humana, sem valor científico nenhum, e com certeza impreciso” (Wolf and Mellett 1985)

Apesar disso tudo, o Homem de Nebraska foi um exemplo de ciência funcionando bem. Uma descoberta intrigante foi encontrada, podendo ter várias implicações. A descoberta foi anunciada e vários outros experts a analisaram. Cientistas de início eram céticos. Mais evidências foram encontradas, e a conclusão foi que a interpretação inicial estava errada. Finalmente, a retratação foi publicada.

UM QUE ERA DOIS

Por último, resta o caso do dinossauro Archaeoraptor. Segundo os opositores da evolução, o Archaeoraptor foi considerado como um transicional entre dinossauros e aves, mas foi revelado como uma fraude, um composto com o corpo de ave com a cauda de um dinossauro.

Porém, a verdade é que o Archaeoraptor não é exatamente o que pode se chamar de uma fraude científica. Ele foi montado por um caçador de fósseis chinês que o descobriu. As partes foram montadas para fazer o fóssil mais valioso para colecionadores, não para pesquisadores. Talvez o seu descobridor sequer sabia que eram de fósseis diferentes (Simons 2000).

O Archaeoraptor foi publicado em revistas populares, não em jornais com peer-review. O autor do artigo principal foi o diretor de arte da revista National Geographic, não um cientista. Ambas Nature e Science rejeitaram os artigos descrevendo-o, alegando suspeitas de que ele foi forjado e ilegalmente contrabandeado (Dalton 2000; Simons 2000).

Procedimentos científicos naturais foram mantidos em todos os seus padrões normais de rigor, até ser revelado como fraude, pela própria ciência, diga-se de passagem.

Vale lembrar que as duas metades do Archaeoraptor (Yanornis martini, o corpo, e Microraptor zhaoianus, a cauda), são fósseis valiosos por si só e estão relacionados á transição dinossauro - ave (Rowe et al. 2001; Xu et al. 2000; Zhou et al. 2002).

CONCLUSÃO

A conclusão disso é simples: os três casos foram embustes, porém eles foram um pouco mais "exagerados" pelos opositores da evolução e nenhum dos três casos de fraude configuram tentativa de se provar a teoria da evolução.

E assim como foi mostrado no texto "Fósseis: milhares ou milhões de anos?", vemos que parece que vale de tudo para se desbancar a teoria da evolução em prol do criacionismo. No entanto, independente da crença pessoal, devemos nos ater a verdade, mesmo que ela não seja, exatamente, aquilo que gostaríamos que fosse. Criacionistas da Terra Jovem, em sua maioria, são cristãos, e como o cristianismo procura se pautar na honestidade enquanto virtude, cabe a pergunta: será que "vale tudo" mesmo para se provar o criacionismo? Isso está de acordo com o Cristianismo? Há algo a se pensar...

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