Erros comuns dentro do Criacionismo
Sabemos que existem algumas questões que a teoria da evolução não consegue explicar satisfatoriamente, porém sabemos também que existem muitos argumentos contra a teoria da evolução por parte dos criacionistas. A pergunta é: seriam esses argumentos reais? Pois afinal de contas, o criacionismo é uma teoria baseada na Bíblia, e não a própria bíblia. Por ser a palavra de Deus, o cristão crê que a Bíblia é inerrante, mas o que dizer do criacionismo, uma tese criada pelo homem para explicar o que a Bíblia diz sobre o Gênesis?
Neste artigo, estão alguns dos principais argumentos criacionistas que contém embasamento errado e o porquê de estarem errados de uma forma bem resumida e de fácil entendimento. E esses são apenas alguns dos milhares que existem... Confira: “Darwin se converteu antes de morrer.” Muitos usam essa história, entretanto, provavelmente ela não seja verdadeira, e não há corroboração daqueles que eram próximos a ele – nem mesmo de sua mulher Emma, que era contrária à idéia da teoria da evolução e defendia a tese da espécie fixa (hoje "derribada"), aceita amplamente na época. E também o fato de alguém abandonar uma filosofia não serve para desprovar tal filosofia. Muitos abandonam o cristianismo, mas isso não invalida sua exatidão. Sendo assim, se Darwin tivesse abandonado a crença na evolução isso não significaria que a teoria da evolução é inválida, também porque existiram outros "evolucionistas" antes de Darwin, como o Erúdito Agostinho por exemplo. “A espessura da poeira na lua prova que ela é recente” Este argumento era usado antigamente. Por muito tempo dizia-se que a espessura do pó na lua era muito fina para ter acumulado por bilhões de anos. Esta afirmação era baseada em estimativas feita por evolucionistas. Mas a estimativa estava errada, e quando o Apollo pousou na lua, a NASA não estava preocupada sobre a possibilidade da nave afundar no pó. “O navio japonês Zuiyo Maru pescou um plesiossauro morto perto da Nova Zelândia” A carcaça era provavelmente de um tubarão em avançado estado de putrefação. Um estudo anatômico e bioquímico detalhado mostraram que não era um plesiossauro. “Os computadores da Nasa, ao calcular as posições dos planetas, descobriram o dia perdido de Josué e mais 40 minutos do relógio de Acaz.” Essa história é uma fabricação. A mesma história apareceu num livro não muito confiável chamado The Harmony of Science and Scripture (1936), por Harry Rimmer. Atribuir tal feito a um computador da Nasa está além da sua capacidade. Nenhuma autoridade da Nasa jamais confirmou essa história. Ela é mais uma lenda urbana. (O que aconteceu nesses dois casos foi que Deus provavelmente retardou o movimento de rotação da terra. O ponto de referência do escritor é a Terra, por isso que ele diz que o Sol “parou”. Claro, o mistério está em como Deus fez isso sem causar nenhum dano ao nosso planeta... Mas é isso que faz desse fato o que realmente ele é: um milagre.) “A Segunda Lei da Termodinâmica começou na Queda.” A lei afirma que a entropia aumenta com o tempo. Entretanto, a entropia nem sempre é ruim. Digestão e fricção são formas de entropia. Se a Segunta Lei não estivesse em efeito na criação, Adão e Eva teriam resvalado ao caminhar sobre o Jardim do Éden. Respiração também é uma forma de entropia, até mesmo o desenvolvimento de um embrião em um adulto gera entropia, mostrando que a Segunda Lei da Termodinâmica não é sempre uma maldição... Da mesma forma, entropia não é a mesma coisa que, literalmente, desordem, e não tem nada a ver com evolução biológica. “Se nós evoluímos do macaco, os macacos não deveriam existir hoje.” A teoria da evolução não alega que o homem evoluiu do macaco, mas que ambos evoluíram de um ancestral comum. Muitos cientistas acreditam que um pequeno grupo de criaturas se afastou do grupo principal e tornou-se isolado, o que os levou a formar uma nova espécie. Os fatores para esse acontecimento, porém, é o que realmente varia dentro do âmbito da evolução. “As mulheres tem uma costela a mais que o homem.” Na verdade, isso é uma falácia. Ambos têm 12 pares de costelas. A remoção da costela de Adão não iria afetar a instrução genética passada para os filhos. Se eu perder um braço, meu filho não nascerá sem braço. Adão também não teria uma deficiência permanente, porque o osso da costela pode crescer novamente, se a membrana que o envolve permanecer intacta. “Archaeopteryx é uma fraude ou foi apenas uma ave.” O Archaeopteryx era genuíno, um pássaro verdadeiro, cujos diversos fósseis foram encontrados na Alemanha. Embora muitos criacionistas aleguem que ele não foi um "elo perdido" entre dinossauros e pássaros, o Archaeopteryx tem tantas características de dinossauro terópode quanto de ave, não só na aparência externa, mas sim para a interna. O hálux, por exemplo, não era projetado para empoleirar em galhos, como nas aves. Outro exemplo é a álula, um osso que existe em todas as aves atuais, que estava ausente nesse gênero. "Não existem elos perdidos." Em primeiro lugar, tal termo não é mais usado pois "elo" indica transição sequencial, e a evolução não acontece de forma sequenciada, ao contrário do imaginário popular. O termo correto seria "fósseis transicionais". Em segundo lugar, dizer que não existem fósseis transicionais é simplesmente falso. Milhares de espécies consideradas transicionais estão perfeitamente catalogadas e os criacionistas sequer conhecem 10 por cento delas; daí o erro na argumentação. Um exemplo claro são os répteis terapsidas, do qual a esmagadora maioria dos criacionistas jamais fez menção - e esses répteis são literalmente metade mamífero, metade réptil! "Os fósseis vivos invalidam a teoria da evolução" Se existem espécies atuais que pouco mudaram no registro fóssil, é porque elas estiveram tão bem adaptadas nesse formato que não necessitaram de grandes mudanças. Uma espécie nova só irá aparecer se assim o ambiente exigir; é isso que designa a tese de Seleção Natural. “A divisão nos dias de Pelegue se refere a catastrófica divisão dos continentes” Comentadores antes e depois de Lyell e Darwin (Calvino, Keil & Delitzsch, e Leupold) são unânimes em afirmar que esta divisão se refere a divisão linguística na Torre de Babel e subsequente divisão territorial. É bom lembrar que a divisão em capítulos e versículos não foi inspirada pelo Espírito, e Gn 10 deve ser interpretado no contexto de Gn 11. “Não há mutações benéficas.” Há, na verdade, mutações benéficas que conferem vantagem em algumas situações. Isso está comprovado até em laboratório. “Nenhuma nova espécie tem sido produzida.” Formação de novas espécies tem sido observada. Especiação rápida é, inclusive, uma parte importante do modelo criacionista-da-terra-jovem, que alega que num período muito curto (da queda até o dilúvio) houve uma especiação absurdamente rápida. Mas eles afirmam que essa especiação acontece somente dentro de um tipo ou família. "Não existe aumento de informação genética". Essa é uma meia-verdade. Existem mecanismos que aumentam informação, mas o principal deles - e o que contribui para a formação de novas espécies - é a recombinação genética. Acontece que o DNA é formado por diversas combinações de genes. Assim como é comprovado pela Teoria da computação, a alteração de apenas um gene pode sim fazer com que haja uma recombinação genética, daí os nucleotídeos gerados por novas combinações serão diferentes, e a informação poderá sair maior do que era anteriormente. Em outras palavras, recombinação genética pode gerar sim aumento de informação. “O eixo de inclinação da Terra era vertical antes do Dilúvio.” Não há base para essa afirmação. Estações são mencionadas em Gênesis 1:14, o que sugere que o eixo da Terra já estava inclinado desde a Criação. “Darwin mencionou o aspecto absurdo da evolução do olho em Origem das Espécies.” Isso é uma citação fora de contexto. Darwin estava falando que embora parecesse absurdo (e que isso o deixava desconfortável), era possível imaginar que o olho fosse construído passo a passo. “A frase ‘falsamente chamada ciência’ em 1 Timóteo 6:20 refere-se à evolução.” É necessário compreender o contexto histórico e lingüístico do Novo Testamento. A palavra “ciência” é gnosis em grego, e nesse contexto se refere a uma elite esotérica cuja ciência ou conhecimento era a chave para as religiões de mistério. Mais tarde isso se desenvolveu na heresia do gnosticismo. Uma tradução mais atual dessa frase seria: “falsamente chamado de conhecimento”. “Geocentrismo (a idéia clássica de que a Terra é um ponto de referência absoluto) é ensinado pelas Escrituras e o heliocentrismo é antibíblico.” Passagens bíblicas como “o nascer e o pôr-do-sol” devem ser entendidas como alguém que toma a Terra como ponto de referência, o qual é um dos muitos pontos de referência fisicamente válidos. [Mesmo os astrônomos de hoje usam a expressão “pôr-do-sol”). “Einstein, apesar da grande pressão que sofria, acreditava em um Criador.” Não, Einstein não acreditava nisso. Suas idéias de Deus eram panteístas e ele aceitava a evolução biológica. “Evolução é só uma teoria.” Quando as pessoas usam esse “argumento”, querem dizer que pelo fato de tal coisa ser uma teoria, ela não deve ser enfatizada dogmaticamente. Mas os cientistas usam a palavra “teoria” como uma explicação substanciada dos dados. Isso inclui a Teoria da Relatividade de Einstein e a Teoria da Gravitação Universal de Newton. Para sair dessa "saia justa", alguns criacionistas alegam que a evolução de partículas para o homem é uma hipótese ou conjectura não substanciada. Porém, ela é considerada uma teoria justamente por possuir uma explicação substanciada dos dados, do contrário jamais ela poderia ser chamada de teoria. "As fraudes do Homem de Piltdown e Homem de Nebraska mostram que a teoria da evolução é uma fraude." Foram os próprios "evolucionistas" que detectaram esses erros. No primeiro caso, o fóssil ficou inacessível aos demais cientistas pelo seu "descobridor" durante 40 anos, até ser desmascarado como uma montagem fajuta de ossos atuais de homem e orangotango. O segundo, desde o anúncio de sua "descoberta", já era visto com desconfiança pela comunidade científica, pois não pode-se traçar todo o perfil de um animal por apenas um dente. “Ron Wyatt descobriu muitos artefatos arqueológicos que comprovam a Bíblia” Infelizmente não há nenhuma substanciação para as reivindicações de Wyatt. “Antes do dilúvio não chovia” Dizer que não havia chuva antes do Dilúvio não é enfatizado pelas Escrituras, então não devemos ser dogmáticos. A Bíblia diz que não havia chuva antes da criação de Adão e das plantas. Mas não há nada que diga que não chovia antes do Dilúvio. É uma falácia também dizer que não havia arco-íris antes do Dilúvio pois Deus frequentemente investe coisas existentes com novos significados (e.g. pão e vinho na Ceia do Senhor). "Tecidos moles de T-rex provam que a Terra é jovem" O tecido mole de T-rex não permaneceu mole desde a sua morte até a sua descoberta, ao contrário do que os criacionistas dizem. O tecido dele acabou se fossilizando também com o tempo, só que ele foi tratado quimicamente em laboratório para readiquirir a elasticidade que possuía outrora. Em outras palavras, o tecido só conservou as propriedades moleculares, mas perdeu sua elasticidade quando se fossilizou, e por isso tal exemplo não pode ser usado para provar que dinossauros são recentes.
A Bíblia diz que o universo e a Terra possuem 6 - 10 mil anos
Apenas a doutrina conhecida como "criacionismo da terra jovem" defende estas idades baseadas nas somas das genealogias da Bíblia e na concepção de que cada Dia da Criação teria durado exatamente 24 horas. No entanto, em nenhum momento é dito na Bíblia nem a idade da Terra nem do Universo. Da mesma forma, existem diversas interpretações do Gênesis que sugerem idades maiores do que essa. Inclusive, há indícios de que o Judaísmo considerava os "Dias da Criação" como "diferente dos dias normais", dado o fato do calendário judaico começar a contar a partir da criação do homem, e não a partir dos 6 Dias da Criação. “Há grande introspecção científica na Bíblia” Devemos interpretar a Bíblia como o autor originalmente intencionou. Então devemos ter cuidado em ler ciência moderna em passagens que o autor certamente não intencionou isto. Portanto, usar a Bíblia como base para modelos científicos vai contra o propósito para o qual ela foi escrita, ou seja, a Bíblia não é um tratado científico e nem foi escrita na intenção de ser isso, mas sim de ser o guia espiritual daquele que quer encontrar a Deus de verdade. Mas não podemos negar que as Escrituras nos dá um interessante (e fieldigno) panorama do que aconteceu no passado e que com certeza em todo assunto que ela toca que envolve ciência, história, geologia, biologia e antropologia, ela está correta. Fonte: